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Arquitetos: Claro + Westendarp Arquitectos
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Fabricantes: Hunter Douglas, CHC, Parklex Prodema
Descrição enviada pela equipe de projeto. A encomenda consistiu no desenvolvimento do projeto de arquitetura para o Centro de Pesquisa e Inovação da Vinícola Concha y Toro, desde a implantação - a única condição era que deveria estar na região de Maule, no centro Vitivinícola que a vinícola tem na região - até a implementação dos diversos edifícios do programa.
O programa consiste em dois laboratórios - um de vinhos e outro agrícola - uma adega de micro-vinificação, uma estufa e um centro de extensão. Tudo isso agrupado em uma praça central, um pátio de manobras para a adega de micro-vinificação e um controle de acesso e estacionamentos.
O Centro de Pesquisa e Inovação é o lugar onde a vinícola investiga, desenvolve e difunde seus produtos e os novos avanços no âmbito vitivinícola. A relação imediata deste Centro é com os viveiros - local onde se trabalham os clones e novas videiras -, os vinhedos e as adegas de vinificação. Esses três aspectos são a origem dos aspectos científicos. Ao mesmo tempo, a relação é também com o mundo científico, os produtores de vinho e o âmbito acadêmico. Portanto, o Centro de Pesquisa e Inovação é o vínculo entre estes dois extremos: a origem do vinho e o consumidor final.
Isso foi fundamental para a opção de local e implantação. Optou-se por um terreno que está em um promontório, cuja vista natural alcança o vale do rio Maule. Aos pés do promontório estão localizadas as vinhas e ao fundo delas as adegas de vinificação. No vale estão os viveiros. Assim, desde esse lugar é possível observar as três instâncias originárias.
Os edifícios se agruparam em uma praça, um espaço aberto que, pela disposição dos edifícios, se transforma em um lugar fechado que tem algumas "janelas" que direcionam o olhar até os três pontos comentados anteriormente. A praça contém um anfiteatro que é o resultado da adoção de uma inclinação natural do terreno.
Os cinco edifícios têm relações entre si: o viveiro com o laboratório agrícola e esses, por sua vez, com os viveiros; a adega de micro-vinificação com o laboratório enológico e esses, por sua vez, com as vinhas e adegas. O centro de extensão, por último, é o edifício onde se planeja a difusão e a administração do Centro, portanto a relação é com todos os demais edifícios e com todo o território, razão pela qual sua implantação e forma são feitas de forma protagonista.
A forma dos edifícios relaciona-se à tradição agrícola local. As adegas, galpões e demais construções típicas, ao decorrer dos anos, tem pés direitos altos, com telhados de duas águas - por conta da intensa pluviometria local - planta ortogonal, revestimentos de madeira e coberturas metálicas. Isso sugeriu formas similares, porém sob uma geometria cuidadosa e analisada (razão áurea, triângulos equiláteros regulares, etc.) e o uso de materiais que, apesar de serem de alta tecnologia, tiveram uma carga simbólica e cromática própria: aço corten para os edifícios onde se realizam pesquisas científicas (laboratórios, viveiro e adega) e madeira para o centro de extensão.
Todas as coberturas são de zincalume.
Mesmo assim, em todos os edifícios a estrutura (metálica e de concreto) é aparente como uma maneira formal de acentuar a rigorosidade e tecnologia com que se trabalha no Centro.
Outro item importante é o modo como a luz ingressa nos edifícios: os laboratórios precisam de pouca luz natural e pressão interna positiva, razão pela qual as janelas são praticamente ausentes. No caso do viveiro, o edifício é 100% transparente com controle solar e de ventilação automático.
A adega de micro-vinificação não tem janelas, já que os processos de fermentação e ventilação requerem temperaturas controladas. Foi feita uma abertura zenital na cobertura.
O único edifício que tem janelas, e que responde ao programa interno, é o centro de extensão: sala de degustação e recepção, foyer central e auditório.Todos os edifícios contam com a última tecnologia disponível - conforme o programa e requerimentos específicos de cada edifício - para climatização, ventilação, segurança, controle de iluminação, mobiliário, controle bacteriológico, sistemas audiovisuais, etc.
O projeto foi desenvolvido durante o ano de 2013.
A primeira etapa, construída, envolveu a praça central, laboratório agrícola, adega de micro-vinificação e centro de extensão. A segunda etapa, planejada para 2015, considera o viveiro e o laboratório enológico.